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O blog do Fi

um português em Berlim

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Primeira entrevista sobre o "Entre as Mulheres"

Filipe B., 19.10.23

capa do livro Entre as Mulheres, mãe segura filho pela mão

Aqui está a primeira entrevista onde falo do novo livro.

Foi uma conversa muito interessante sobre o estigma do autismo, o meu Serviço Voluntário Europeu em Itália, a inspiração para os personagens e a dicotomia campo/cidade que criei nesta história.

"Durante o meu projecto de voluntariado, o que mais me custou foi ver que algumas crianças eram, muitas vezes, rejeitadas pelos colegas e até pela própria família só porque eram… diferentes. Quero mostrar com este livro que as nossas diferenças podem ser a base da nossa união..."

Podem ler tudo no blog da editora Intelectual aqui

Chegaram os primeiros exemplares do meu livro

Filipe B., 12.10.23
 
 
 
 
 
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A post shared by Filipe V. Branco (@filipedbranco)

 

E é um sentimento que não tem descrição.

Ter o meu novo livro assim nas mãos.

Estou ansioso para que possam ler.

Disponível nas livrarias Wook e Bertrand

Revelação do título e capa do livro

Filipe B., 03.10.23

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E aqui está.

Entre as Mulheres é o título do meu novo livro.

Já disponível em pré-lançamento nas livrarias Wook e Bertrand

E é esta a sinopse: 
"Por que motivo tinha o David uma obsessão tão forte com as sextas-feiras, as visitas ao museu e a cor laranja?

Todas as sextas-feiras Marta veste, por exigência do filho, a mesma camisola laranja. Assim o leva sempre a visitar o mesmo museu, de onde uma enorme janela lhes dá vista para um misterioso casarão. Cumprem esse ritual desde que Simão decidiu desaparecer, incapaz de compreender o autismo do filho, deixando-a sozinha com o menino de 8 anos.

Quando a escola suspende as aulas de ensino especial por falta de verbas, o desespero bate à porta. Marta encontra numa associação de voluntários a solução de apoio para os estudos do filho. O voluntário Mateo entra assim na vida de David como professor, trazendo ensinamentos e transformações que ninguém esperava. Também a passagem do tempo arrasta mudanças e Marta sabe que alguns segredos não poderão ser escondidos para sempre. Até onde irá uma mãe para proteger um filho?"

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A capa bonita criada pela editora Intelectual.

Estou ansioso que leiam este livro, para que possamos discutir o que realmente significa a história de Marta e da sua coragem. 

Primeiro olhar ao novo livro

Filipe B., 28.09.23

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Posso finalmente partilhar mais sobre o meu novo livro.

Esta é a história de Marta e do seu pequeno David. Um olhar sobre o autismo. Uma história de coragem, resiliência e superação.

Estou ansioso para que possam ler e descobrir este livro, que foi fortemente inspirado pelo meu projecto do Serviço Voluntário Europeu, quando trabalhei em Itália como voluntário num Centro Educativo para crianças com necessidades especiais.

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Em breve revelaremos o título e a data de lançamento.

 

Livro grátis!

Filipe B., 28.01.22

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Surpresa!

O meu livro  "Deixa-me ser" está grátis no Kindle Amazon (podem ler no vosso Kindle ou smartphone). Aproveitem!

Download aqui.

Sinopse:

"Aos 20 anos cheguei a casa e rebentei com as portas do armário, assumindo-me como homossexual à minha família. O meu pai não aceitou o que eu era. Dois meses depois decidi que queria morrer. Mas nem a morte me quis ao seu lado. Sobrevivi. Para reescrever a minha história. E não parece, mas esta terminou bem. "Deixa-me ser" é o livro biográfico que relata uma parte fulcral da minha vida, aquela me definiu para sempre. Do preconceito ao suicídio, da violência ao afecto, do ódio à aceitação. Este é o conto de como a homofobia pode matar e de como numa longa noite escura o amor derrotou todos os medos."

Espero que seja uma boa leitura. Conto com as vossas opiniões no fim. 

Obrigado por todo o apoio!

DEIXA-ME SER: o que dizem os leitores sobre o livro

Filipe B., 09.11.17
Apresentação do livro na Covilhã, Janeiro de 2017.

Agora que o Deixa-me ser foi publicado também em formato digital na loja Kindle da Amazon novos leitores tiveram acesso ao livro e por isso tenho recebido muitos comentários positivos. Hoje partilho convosco alguns excertos das opiniões que me foram chegando desde a publicação do Deixa-me ser há um ano. 

Antes de passarmos às reviews, quero só agradecer a  quem escreveu estas palavras. Acreditem que a Força que aqui transmitem não é só para mim mas também para muitas outras pessoas que passaram ou ainda estão a passar por fases complicadas da sua aceitação e do seu coming out. OBRIGADO por darem a tudo isto um propósito!



Sara Cristina:
"Não tenho palavras para descrever o quanto amei este livro. Faz qualquer um entender o que é viver verdadeiramente no mundo LGBT, a nível do preconceito e homofobia e sobretudo do não aceitar por parte da família. Um dos melhores livro que já li este ano sem dúvida."

Pedro Leiria: 
"Uma excelente obra biográfica onde ficamos a conhecer melhor o autor, o rapaz frágil que conseguiu vencer 'in extremis' as dificuldades com que se deparou nos momentos mais delicados da sua existência. Vamos conhecendo o processo que o levou para uma maturidade, força e gosto pela vida que hoje o caracterizam. Um bom exemplo para aqueles que se sentem excluídos e para os que não compreendem que nem todos somos iguais."

Susana Alves:
"Apesar de o encontrarem na secção de livros LGBTI, é um livro para todos. É mais do que um livro sobre a luta pelos direitos humanos. É sobre todos nós, sobre a auto descoberta, o auto conhecimento, a auto aceitação. Um livro onde se sente a sinceridade e transparência em cada palavra, sobre a luta pelo direito de seres quem és, mesmo que esse ser vá contra as expectativas da sociedade."

Panagiotis Mell:
"Um dos melhores livros que já li! Uma abordagem sensível e realista sobre uma questão que deve interessar a todos."

Carla:
"Devorei completamente este livro do início ao fim!  Obrigada ao autor por contribuir para desmistificar o que algumas cabeças duras não compreendem, que amor é amor sob todas as formas possíveis de o ser e que o mais importante e a base de tudo é o amor-próprio."

Ana Ribeiro:
"Estava de longe de imaginar a marca que este livro iria deixar. Uma leitura incrível que recomendo para pais e filhos. Afinal entre dizer que se aceita a diferença e fazê-lo vai uma autoestrada."

Ricardo Ruaz:
"O que mais me fascinou, além da sobrevivência e da curiosidade em saber o desenrolar dos enredos amorosos... foi mesmo as semelhanças com a minha própria história de vida. Identifiquei-me com a sua fase de rebeldia de tempos académicos, liberdade, novas emoções, amigos para a vida..."

Ana Anes:
"Mais do que um livro sobre a comunidade LGBTI, é um livro sobre crescer, sobre procurar o nosso lugar no mundo e sobre lutar contra o pré-definido. É sobre esperança e sobre força. Às vezes sobre o lado negro da força, também."

Rafael Fernandes:
"É sem qualquer inibição que o autor expõe a sua intimidade e aborda temas como o suicídio, doenças mentais ou violência em relações amorosas.  Esta não é uma história negra mas sim um perfeito exemplo da técnica de pintura italiana chiaroscuro – um jogo de luz e sombras que formam um puzzle da vida de alguém que passou por tanta coisa. Deixa-me ser é o testemunho visceral e profundamente honesto do coming out do Filipe." 



Estas e outras análises ao livro podem ser lidas aqui no Goodreads.

Livro à venda aqui.

Quando o bullying homofóbico destrói

Filipe B., 16.03.17


Este é um excerto do Deixa-me ser, o livro biográfico que conta toda a atribulada história do meu coming out

Este texto foi lido em todas as apresentações que passaram pelo Porto, Leiria, Torres Novas, Tomar, Covilhã e Lisboa. Escolhi-o sempre para ser lido em voz alta porque é dos meus momentos preferidos do livro, mas é provavelmente também aquele que mais me custou escrever.  Hoje partilho-o pela primeira vez online, como forma de alerta para algo que destrói, que corrompe e mata: o bullying.



"Verão, 2014.
    
         A cidade onde nasci tem um castelo. Lá no alto de uma colina de Torres Novas erguia-se a majestosa construção aos meus olhos desatentos. O olhar caía-me ali mas os pensamentos estavam em plena viagem temporal pelos caminhos da minha infância. O café arrefecia-me e o gás de uma água já morna desfazia-se por entre o seu lento borbulhar. Viajava. Estava ali, fisicamente, mas o meu espírito cedia a outro daqueles momentos em que as memórias se intensificavam, como certezas de que nada vivido poderia ser completamente esquecido, como um chamar dos ensinamentos que a bem ou a mal tinha adquirido. 
        Nessa tórrida tarde de Agosto a  máquina do tempo decidiu-se a parar algures nos 90, na época em que era ainda um rapazinho. Ia a esse pedaço de recordação mais vezes do que quereria e, uma vez estando lá, não tinha como fugir-lhe. Por isso, cerrando as pálpebras e suspirando, deixei-me viver novamente aquele trauma. Eles eram uns quatro ou cinco e rodeavam-me, mais velhos do que eu, mais fortes e com mais certezas de como devia ser a vida. Eu era um miúdo, fraco de corpo, incapaz de integrar-me nos seus modos, por isso atiraram-me para o chão e ameaçaram pontapear-me. Um deles, nem sei já quem, fez sinal para que parassem a violência explícita, para que avançassem apenas com as palavras, como se estas magoassem menos.
        'Gay!'
        'Maricas!'
        'Menina!'
        Chamaram. Repetiram.  Tornaram a chamar.
E depois o meu quarto, as paredes fechadas sobre mim, e uma criança que chora sozinha. Nem entendia porquê, que mal tinha feito ao ser diferente. E ganhava agora vergonha, tornando-me indefeso, impossibilitado de levantar-me e falar com um adulto sobre isso. Dentro de mim havia medo, apenas medo. Provavelmente se falasse com os meus pais, iriam até dar-lhes razão, se era assim o mundo dos grandes, se era só eu quem não sabia expressar-me como eles esperavam, se era eu quem queria brincar com o que não devia e não tinha pudor em tocar nos brinquedos das meninas e torná-los parte dos seus mundos inventados. 
       Palavras, palavras. Não machucavam, pensavam eles. Palavras, palavras. Seriam suficientes para mudar-me, queriam eles. E estas ecoavam, esmurravam-me, atiravam-me ao chão vezes e vezes sem conta. E mesmo quando queria deixar de as ouvir, elas lá estavam graves e agudas, a baixo som, em gritaria, escritas, faladas, em todos os modos e feitios. Então descobri, escreveria. Se não as podia vencer, podia usá-las a meu favor. Até podia transformá-las, inventar-lhes interpretações, torná-las secretas em algum diário que só eu saberia ler. Bastava-me uma caneta e um pedaço de papel. Escrevia, escrevia, e escrevendo fui sonhando. Haveria um lugar para mim nesse mundo em que uma maioria tinha escolhido odiar quem não tinha alguma vez optado por nascer assim numa qualquer oposição do normal. Senti que descobriria alguém que me amasse, que brincasse comigo, que não perguntasse porque era assim, que só quisesse um amigo sem se interessar tanto porque seria ele desigual. 
     E encontrei. Foi exactamente ao recordar os amigos que tinha feito ao longo de tantos anos que aquela lágrima escorreu pela minha face com a mescla de mágoa e alegria de quem não podia apagar o passado e de quem agradecia pelo seu presente. Essa mesma gotícula  carregava em si tantos significados que num só momento ser-me-ia impossível decifrar toda a sua importância, o que levou a que mais uma vez fechasse aquela porta, até lá regressar um dia. Fi-lo hoje, voltei lá com toda a minha força, ao querer, neste último capítulo da história que te vim contar, uma prova de que aquilo a que agora chamamos bullying sempre existiu, mesmo quando não sabíamos dar-lhe um nome inglês que lhe acentuasse a gravidade. Dessa opressão moral, praticada por quem nem sabia atribuir-lhe um valor, vários choros foram e são  derramados, vincando as faces com o peso de todas as injustiças que são ditas e proclamadas em nome de um sentimento que se alimenta do puro ódio de não entender o que não consegue ser igual ao estabelecido padrão."


Livro disponível aqui no Amazon
Página no facebook.


Registo da apresentação do livro na Covilhã, aqui rodeado de amigas que sempre me apoiaram em tudo.

Deixa-me ser - excerto do livro #2

Filipe B., 24.05.16


Pequeno excerto da Capítulo 2 do livro Deixa-me ser, que conta toda a história do meu coming out.


"2007, Março

       A partir de certa altura o quartoda minha irmã revelou-se para mim como o espaço mais acolhedor da nossa casa.
     Alieu não tinha sombras de memórias negras que me atormentassem, nem as paredespareciam tão fechadas sobre mim. (...)
      Dasquatro pessoas da família que viviam comigo ali, só a minha irmã não tinha sidoainda confrontada directamente com a situação que vinha a acontecer há váriosmeses. Mais um motivo para eu me sentir ali mais seguro, isento de qualquerjulgamento.
     Oque me afastou de uns aproximou-me então dela, abrindo espaço para algumasconfidências. Não o disse de rompante, mas fui aproveitando vários momentos defilmes e séries, que passámos a ver juntos, para fazer comentários sobre a belezadeste ou daquele rapaz. Nem sabia se ela levava a sério, mas também nãointeressava, desde que eu sentisse liberdade suficiente para dizer como eraatraente o protagonista de uma história que partilhássemos. E como era bonitoeu ali a declarar aquilo assim, sem que ela perguntasse porque o dizia. Àsvezes ria, às vezes franzia o sobrolho e olhava-me de lado. Talvez discordassedos meus gostos, talvez achasse estranho. Mas nunca pediu que me calasse. Nuncapediu que eu fosse de outra maneira.

      Issochegou sempre para me resguardar ali com ela. E desse resguardo nasceu umacumplicidade inesperadamente verdadeira (...)."


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O Dia Em Que Nasci - a história de Tomé

Filipe B., 06.06.15


Tomé é um adolescente preso em casa, pelo seu próprio pai, que o mantém acorrentado numa cave poeirenta. Mas um dia, um grupo de

desconhecidos obriga Tomé a sair para fora desta casa, descobrindo muitas coisas para além do que conhecia até então. Revelado o segredo que o mantinha aparte, Tomé conhece então Vera, uma jovem que cresceu nas mesmas condições e com quem principia a luta contra aqueles que mantêm uma guerra longa e sem sentido.

O Dia Em Que Nasci conta a história da emancipação de um jovem que, ao descobrir o mundo, decide lutar pela sua transformação num lugar onde todos tenham um futuro possível.

Pode adquirir o livro aqui.


Apresentação do livro na Feira Cultural de Coimbra, 31 de Maio de 2015 - sessão de autógrafos.