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O blog do Fi

um português em Berlim

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Assim foi o lançamento do "Entre as Mulheres"

Filipe B., 24.10.23

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Entre as Mulheres. Casa cheia. Livros esgotados. 

Confesso que ainda me admiro muito quando aparece tanta gente para a apresentação de um livro meu.

Sei lá, acho sempre que não vem ninguém, que o livro não interessa, sei lá, pensamentos parvos de um autor que ainda está a habituar-se ao valor que lhe dão. E saber que vocês tiram umas horas do vosso dia para estar ali tem muito valor para mim. 

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O lançamento do livro Entre as Mulheres aconteceu no Teatro Maria Noémia na Meia Via, Torres Novas. Foi um dia muito especial e de muita partilha. Devido aos temas centrais do livro, o autismo e o abandono parental, acabei por ter participação e partilha de experiências pessoais de quem assistia à apresentação, o que tornou esta conversa sobre o livro muito mais especial. Adoro quando não sou só eu a falar. 

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Um agradecimento especial à minha amiga Helena Caetano, gestora de projetos da StartUp, e a Elvira Sequeira, vereadora da cultura na Câmara Municipal de Torres Novas, pela presença e participação com palavras tão encorajadoras.

Um obrigado gigante ao pessoal do teatro da Meia Via por estarem sempre disponíveis para me receber tão bem. E outro à Carina Subtil, que aceitou o convite para ler um dos capítulos do livro. 🧡

Um obrigado, claro, do fundo do coração a quem veio e a quem mandou mensagens e palavras bonitas. Vocês são a minha motivação. Sempre.

 

fotos: Nuno Vasco e Vera Branco

Chegaram os primeiros exemplares do meu livro

Filipe B., 12.10.23
 
 
 
 
 
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E é um sentimento que não tem descrição.

Ter o meu novo livro assim nas mãos.

Estou ansioso para que possam ler.

Disponível nas livrarias Wook e Bertrand

Revelação do título e capa do livro

Filipe B., 03.10.23

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E aqui está.

Entre as Mulheres é o título do meu novo livro.

Já disponível em pré-lançamento nas livrarias Wook e Bertrand

E é esta a sinopse: 
"Por que motivo tinha o David uma obsessão tão forte com as sextas-feiras, as visitas ao museu e a cor laranja?

Todas as sextas-feiras Marta veste, por exigência do filho, a mesma camisola laranja. Assim o leva sempre a visitar o mesmo museu, de onde uma enorme janela lhes dá vista para um misterioso casarão. Cumprem esse ritual desde que Simão decidiu desaparecer, incapaz de compreender o autismo do filho, deixando-a sozinha com o menino de 8 anos.

Quando a escola suspende as aulas de ensino especial por falta de verbas, o desespero bate à porta. Marta encontra numa associação de voluntários a solução de apoio para os estudos do filho. O voluntário Mateo entra assim na vida de David como professor, trazendo ensinamentos e transformações que ninguém esperava. Também a passagem do tempo arrasta mudanças e Marta sabe que alguns segredos não poderão ser escondidos para sempre. Até onde irá uma mãe para proteger um filho?"

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A capa bonita criada pela editora Intelectual.

Estou ansioso que leiam este livro, para que possamos discutir o que realmente significa a história de Marta e da sua coragem. 

A oliveira de Saramago

Filipe B., 21.12.22

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Hoje visitei a casa de Saramago em Lanzarote.

Quando digo que Saramago é o meu escritor preferido, as pessoas pensam que o é só porque é português ou porque ganhou o Nobel ou porque é ribatejano como eu. E talvez duas destas condições tenham peso na minha preferência, ainda que eu vá sempre negá-lo. Mas inegável é que as nossas vivências comuns nos aproximam. O Nobel é só um prémio. Já Saramago é o meu preferido porque, como nos disse o guia, com as suas palavras eu vejo do que é feita a pedra e não a pedra.

Visitar a sua casa, num lugar tão especial como esta ilha, foi um acto de várias emoções. Começando com o entrar no seu escritório e ouvir "Foi aqui que Saramago escreveu o Ensaio Sobre a Cegueira, primeira obra que realizou em Lanzarote". O Ensaio foi o meu primeiro livro seu, o que me fez apaixonar pelo seu modo de escrever e é hoje um dos meus livros favoritos de sempre. Já aí me caiu tudo, e depois o estar ali no meio dos seus livros, procurando o que lia. E sim, passei bastante tempo a tentar descobrir o que lia afinal o homem que escreveu "O Ano da Morte de Ricardo Reis" (provavelmente o seu livro meu favorito). E então vejo essa mesma obra na estante, ainda com marcadores e anotações do escritor. Um tesouro diante dos meus olhos, que já brilhavam. Incredulidade. Uma sensação indescritível.

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Mas foi no jardim que caí por terra, quando me contaram a história das oliveiras que trouxe do seu Ribatejo (e outra do Alentejo) para a ilha que o acolheu. Foi aí que chorei. Diante do mar, lá ao fundo. Quem já viveu fora do seu país, como eu vivo, sabe bem que passamos a vida a levar oliveiras na bagagem, atrás de nós, connosco, um bocadinho de casa sempre que se parte e reparte. Uma esperança de que estas cresçam no lugar aos quais queremos chamar casa também. No final, sem ar, arrebatado, sentei-me no jardim de Saramago e escrevi.

Que mais poderia eu fazer? 

O que vier, virá

Filipe B., 02.01.22

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Se me querem ver feliz, é só dar-me um livro para as mãos.

Assim comecei este novo ano.

A ler.

Sereno.

E mergulhado na fantasia de um livro, porque por estes dias não há melhor forma de escape a esta realidade que quase oprime.

Está nas nossas mãos não deixar que isso aconteça.

E o que vier, virá.

Bom ano para todos!

Pessoa em Berlim

Filipe B., 23.04.21

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Ando a ler o Livro do Desassossego.

Continuo também nas aulas intensivas de alemão. São 3 horas por dia, por isso, no fim das aulas, vou sempre dar uma volta de bicicleta pela cidade e ponho-me a ler Fernando Pessoa (ou Bernardo Soares) num parque ao final da tarde. 

Parques enormes, muito verdes e variados é o que não falta aqui em Berlim, felizmente.

Ler filosofia pode realmente tirar-te do teu lugar, mexer em pensamentos tão profundos e mudar a tua perspectiva sobre tanta coisa. E isso é fantástico.

Ontem, enquanto lia sozinho ao Sol no parque, senti isso e ao mesmo tempo senti também que precisava de um pouco de realidade para assentar novamente. 

Quando estava a chegar a casa, do nada, o meu amigo ligou-me e apenas perguntou "Pizza?".

E ali estava, aquele pedaço de realidade de que eu precisava.

Algumas coisas não têm explicação.  E por vezes é melhor assim.

Acabámos por ter uma conversa muito profunda, enquanto comíamos as nossas pizzas num parque já para lá do crepúsculo, porque, claro, até a realidade tem limites.