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O blog do Fi

um português em Berlim

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Xbox Fanfest em Madrid

Filipe B., 15.06.22

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Fui convidado pela Microsoft a estar presente no Xbox Fanfest em Madrid. Assistimos em directo, no Cines Callao, em plena Gran Via, à transmissão do evento "Xbox & Bethesda showcase", uma celebração e apresentação dos videojogos da marca que chegarão às consolas Xbox, ao PC e ao serviço de streaming (com a tecnologia da nuvem) nos próximos 12 meses.

Obrigado Microsoft por este convite.

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E um obrigado gigante também à minha amiga Andreia, que me acompanhou nesta aventura. Não podia ter melhor companhia. Tenho tanto orgulho em ti, amiga, por tudo o que passaste recentemente e por essa Força que me mostras sempre. Tive tanto medo e revolta quando há 2 anos nos chegou essa notícia tão assustadora. Nestes 2 anos os videojogos foram muitas vezes o tema das nossas conversas, nem que fosse só para não falarmos daquilo, e os videojogos foram, sim, uma forma de superação. Os teus enfermeiros que o digam. E hoje tu és um exemplo tão grande para mim e acredito, sim, que tudo se alinhou (o convite inesperado, as nossas folgas coincidirem) para que fosse assim o nosso reencontro. 

Foi uma bela e poética forma de o universo nos voltar a juntar. Admiro-te tanto, tanto. E tenho que o dizer publicamente. Minha player 2.

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Mais? Fico muito feliz em ser um embaixador Xbox (já há cerca de 2 anos), pois é a marca que eu acredito estar a dar e a fazer mais por nós jogadores, com serviços como o Game Pass, todas as formas de acessibilidade e inclusão e um foco muito grande no consumidor.

E a forma como nos receberam, como fomos tratados, com tantos mimos e ofertas (entre as quais um ano de subscrição do Game Pass). 

Vocês são os maiores!

Ainda estou nas nuvens. Que noite incrível.

E o melhor: o estar ali no meio de todos os geeks e gamers tão apaixonados como nós. 💚

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Não sejamos hipócritas

Filipe B., 02.03.22

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Ontem juntámos alguns amigos aqui de Berlim e conseguimos uma boa quantia de dinheiro que vai ser usado por outra amiga, que está na Polónia, para comprar alimentos e outros bens necessários que serão depois entregues directamente por ela às pessoas que chegam através da fronteira com a Ucrânia.

Fico contente por conseguirmos ajudar directamente e não através de alguns pedidos duvidosos (cuidado, que há alguns scam aqui pelo online). 

E tenho que fazer outro apelo. 

Nós não podemos ser reféns desta hipocrisia. 

Sei que isto nos toca mais, porque é perto, porque é como se fosse a casa do vizinho a arder, porque é o irmão branco, não um estranho de pele escura que reza a um deus diferente mas, por favor, que isto nos ensine a ver o resto do mundo também. Que isto nos ensine a ter consciência de que uma mulher e uma criança a fugir da guerra em solo do Médio Oriente também são isso: uma mulher e uma criança a fugir da guerra. 

 

 

 

Um videojogo fez-me ir a um concerto: a violência

Filipe B., 12.02.22

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Acabo de comprar bilhetes para o concerto dos Low Roar em Berlim, banda que descobri graças ao videojogo Death Stranding. As músicas da banda foram escolhidas para este jogo pelo mestre e criador Hideo Kojima

Admito que desconhecia a banda até ter começado a jogá-lo há cerca de 3 semanas.

Feliz por ter conseguido esse dia de folga e por ter comprado o meu bilhete, venho às redes sociais para partilhar o alegre acontecimento e deparo-me com uma notícia (e revolta geral sobre a mesma) que está completamente do outro lado desta questão.

Escreveu alguém, um jornalista (suponho), que o rapaz detido pelo planeado ataque à Universidade de Lisboa era "viciado em videojogos". É dada essa informação como se fosse uma justificação. "Estão a ver? Ele era viciado em videojogos, por isso se tornou violento", parece o autor desse título querer dizer-nos.

Aliás, esse é um preconceito há anos repetido e repisado pelos média em geral.

Ora, estou eu com os bilhetes para um espectáculo musical na mão, contente por ter mais um acontecimento cultural nesta vida de recentes isolamentos e eventos cancelados, e nada disto me faz sentido. Onde está aqui a violência?

Mais vos digo. Poderia escrever uma lista extensa, mas fico-me pelos primeiros videojogos que me vieram à cabeça. 

"Hellblade: Senua's Sacrifice" fez-me ler mais sobre saúde mental e terapia (num momento em que eu próprio pensava regressar às sessões com a minha terapeuta). Este jogo foi desenvolvido em conjunto com uma equipa de psicólogos e psiquiatras que ajudaram na criação de uma abordagem à saúde mental o mais real possível, sem cair nos estigmas do costume.

"God of War" (2018) fez-me interessar mais pela cultura nórdica. Por causa deste jogo pus-me a ler mais livros sobre o tema. Foi por isso que comprei e li o livro "Mitologia Nórdica" do Neil Gaiman. Cultura gera cultura, ou não?

"Assassin's Creed II". Este então é uma autêntica lição de história sobre o renascimento italiano (ou Renascença) e a cidade de Florença como palco da arte e desenvolvimento desse período da história. Foi sobretudo graças a este jogo que quis visitar Firenze. E depois disso voltei lá umas 5 vezes. Também por causa deste jogo pus-me a ler "O Príncipe" do Maquiavel (pois este aparece como personagem no jogo).

Mas sim, os videojogos tornam-nos muito violentos. Sem dúvida nenhuma. 

Ou então são os jornalistas que escrevem estas peças sem qualquer reflexão ou peso na consciência que nos tornam assim um bocadinho violentos, nem que seja num descarregar mais agressivo no inocente teclado deste meu computador, coitado, que não tem culpa nenhuma da imbecilidade de certas pessoas. 

Ora, fiquem lá com uma bonita música dos Low Roar, a ver se nos acalma. 

Pôr-do-sol no Ribatejo

Filipe B., 06.02.22

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O P. hoje fez-me uma surpresa e foi imprimir esta foto que tirou quando estivemos em Portugal em Outubro.

Tão linda a nossa moita. E o pai e o Zé Manel lá em baixo a apanhar os restos da azeitona daquele dia. E depois o pôr-do-sol mais bonito do Ribatejo, com o Sol a esconder-se atrás da Serra d'Aire. 

Saudades. E não são poucas.

Mas vemo-nos em breve. Os voos para Março já estão marcados.

Até lá esta imagem, que vamos colocar bem visível na parede do quarto, vai lembrar-me todos os dias do sítio lindo de onde vim e aonde sempre regressarei.

Aos 36!

Filipe B., 01.02.22

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Aos 36!

Cheguei assim aos 36.

Este ano foi diferente. Foram 3 dias a celebrar a vida que tenho. Uma noite de sábado com os amigos pela minha Berlim encantada, um domingo de relax no spa/sauna e ontem um dia super tranquilo, tal como pedi.

Passei-o com o P., que me surpreendeu pela manhã com uns waffles de comer e chorar por mais (optei por não colocar a foto, porque não quero arruinar a vossa dieta hoje). E ainda tive a visita de outro amigo, que se juntou para jantar.

E os imensos telefonemas e mensagens lá foram encurtando a distância entre mim e aqueles que me querem bem. Recebi muito amor por estes dias.

E olhem, foi tudo muito simples, mas tão bom.

Uma coisa vos digo. Chego aos 36 com uma consciência e confiança em mim, no meu corpo e na minha mente que nunca pensei serem possíveis antes. É engraçado olhar para trás e ver aquele jovem nos 20 e tal, que era tão inseguro, achando que aquela era a idade das seguranças.

Ai, se eu pudesse voltar atrás e dizer-lhe "calma, calma, tens coisas tão boas à tua espera ó rapaz".

Olhem, sejam felizes, cuidem de vocês e é isso.

E obrigado a todos pelas vossas palavras e amor.

Livro grátis!

Filipe B., 28.01.22

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Surpresa!

O meu livro  "Deixa-me ser" está grátis no Kindle Amazon (podem ler no vosso Kindle ou smartphone). Aproveitem!

Download aqui.

Sinopse:

"Aos 20 anos cheguei a casa e rebentei com as portas do armário, assumindo-me como homossexual à minha família. O meu pai não aceitou o que eu era. Dois meses depois decidi que queria morrer. Mas nem a morte me quis ao seu lado. Sobrevivi. Para reescrever a minha história. E não parece, mas esta terminou bem. "Deixa-me ser" é o livro biográfico que relata uma parte fulcral da minha vida, aquela me definiu para sempre. Do preconceito ao suicídio, da violência ao afecto, do ódio à aceitação. Este é o conto de como a homofobia pode matar e de como numa longa noite escura o amor derrotou todos os medos."

Espero que seja uma boa leitura. Conto com as vossas opiniões no fim. 

Obrigado por todo o apoio!

AUSCHWITZ, portal do inferno

Filipe B., 27.01.22
 
 
 
No dia em que se assinala a libertação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau pelo exército russo a 27 de Janeiro de 1945, recordo a minha visita a este lugar de tremenda importância histórica. Para que não se esqueça.
 
O texto que se segue é pesado, muito pesado
 

"Abandonai toda a esperança ó vós que entrais"

 
Estas palavras estão escritas no portal do Inferno na famosa obra de Dante, mas bem podiam estar escritas à entrada de Auschwitz
 
 
Antes de fazer a minha visita ao campo de extermínio nazi fiz um género de preparação. Nas últimas 2 semanas revi os filmes "A lista de Schindler" e "O Pianista". E pela primeira vez li o livro "Se isto é um homem", de Primo Levi, judeu italiano que sobreviveu a Auschwitz e que conta na obra como foi a sua vida (ou lenta morte?) enquanto prisioneiro no campo de concentração. 
 
Preparei-me, levei uma bagagem cultural já pesada, mas mal eu sabia que não havia preparação possível...
 
Pelas 8h cheguei a Auschwitz. Fui sozinho. Sem um guia, porque queria mesmo não ter nenhuma distração comigo. Apenas comprei na recepção à chegada um livro guia (excelente, por sinal!) e que fui lendo ao longo dos passos lentos que ia dando. 
 
Dentro do campo silenciei o telemóvel e só o usei para registar algumas fotos. Assim caminhei sozinho, em silêncio, durante horas. Como companhia tinha apenas uma caneta e o meu bloco de notas, onde fui escrevendo, conforme consegui, alguns dos meus pensamentos que agora aqui transcrevo.
 
 
 
 
"8:52h:
Já ando pelo campo há quase uma hora. Vou vendo tudo com calma e atenção, leio todas as descrições. Acabei de sair da sala 5 do bloco 4: o bloco do extermínio. Nesta sala podemos ver 'uma das mais chocantes provas do crime' (como está escrito no livro guia que comprei à entrada). Aqui estão expostas cerca de 2 toneladas de cabelos de mulheres judias que foram assassinadas nas câmaras de gás. O cabelo era aproveitado para vários fins, como material de produção de tecidos. Não consegui entrar à primeira tentativa... voltei para trás. Respirei fundo. Quase desisti. Tive que preparar-me para o horror que ia ver. E agora saí de lá e tive que parar uns momentos depois de ter percorrido aquela sala. Sinto-me tremer... mas vou continuar a visita..."
 
9:37h
Saí agora do bloco 6, que cobre detalhes da vida dos prisioneiros e das crianças que para aqui foram trazidas ou que aqui nasceram (as mulheres grávidas não escapavam à selecção para os campos de concentração). Mesmo depois de tudo o que li e estudei, de todos os filmes e documentários que vi, mesmo depois de aqui estar ainda me parece inacreditável e inconcebível que actos tão cruéis e bárbaros tenham sido feitos pelo homem ao homem. Estou na rua num espaço vazio entre os dois blocos. Impera o silêncio.  
 
11:21h
Tenho que me controlar várias vezes para não deixar que este sentimento pesado, e de uma estranha impotência, me leve às lágrimas. Já percorri muitos dos blocos onde seres humanos foram torturados e fuzilados sem piedade. Vi os seus objectos pessoais, como roupa, sapatos, óculos e infinitos objectos que lhes foram roubados à chegada. A questão que me acompanha em cada passo é sempre este 'Porquê?'. Por que é que isto aconteceu? Como é que se permitiu que um maníaco ditador levasse avante tanta brutalidade contra pessoas inocentes, contra crianças... sobretudo contra as crianças que choram em desespero na foto de 1942, no gueto judeu Varsóvia, que tenho agora à minha frente. Como? E porquê?
 
 
 



12:04h

Náusea. Uma náusea tão forte que me aperta o estômago e me dá um impulso para vomitar. Foi assim que saí agora da câmara de gás e do crematório, simbolicamente os últimos dois passos da primeira parte desta visita antes de seguir para o campo de Birkenau (ou Auschwitz II). Na câmara de gás há um cheiro que se entranha, um odor nefasto, talvez o próprio cheiro da morte, não sei. Foram mortas ali milhares de pessoas e sente-se de imediato uma extrema energia negativa. Os lugares têm memória. E não perdoam.
 

 

 

13:16h
 
Birkenau - Aschwitz II
 
Este lugar deita-te por terra e tira-te todas as forças. Entra-se pelo portão principal por onde entravam os comboios e vagões carregados de prisioneiros (maioria judeus, mas também homossexuais, ciganos, prisioneiros de guerra, etc) e é seguindo essa mesma linha férrea que atravessamos o campo, por quase 1km a pé, percorrendo o mesmo trajecto que seguiam à chegada, passando pelas ruínas das câmaras de gás, à direita e à esquerda, até chegar ao memorial com 23 placas nas 23 línguas principais dos deportados que foram aqui presos e cruelmente assassinados. Li as placas que consegui, primeiro em espanhol, apelam a um grito à humanidade para que nunca esqueça, depois em italiano, aperta-me o coração quando leio a palavra bambini, depois leio em inglês... e não aguentei mais. É uma dor, uma revolta, um sentimento quase novo que não sei explicar, mas que só senti aqui. E a minha única opção é sentar-me num canto isolado e deixar sair toda a tristeza que se apodera de nós aqui. Pela primeira vez quebra-se o silêncio desde o início da minha visita. Choro e não sei por que que choro. Olho para o vasto campo e é desolador mas reparo que junto às câmaras da morte nascem agora algumas flores. Como é possível que num lugar tão horripilante a natureza consiga ainda florescer? Será esta uma espécie de metáfora para as capacidades humanas de superação?
 
 
 
 
15:27h
Terminei a minha visita e saí pelo portão principal, deixando para trás o arame farpado da prisão... mas nem assim me sinto mais livre. 
Auschwitz é uma experiência aterradora, muito pesada. Caminhei durante 7 horas, com poucos descansos, caminhei, horas, caminhei, mas não é o corpo que me dói. 
É cá dentro, esta impressão que carrego. É o desconforto que me aperta. 
Não tenho dúvidas de que se é uma pessoa diferente depois de passar por aqui. Toda a gente devia cá vir. Devia ser obrigatório. Apetece-me gritar a todos que têm que fazer este esforço de ver e presenciar este horror, mas nem eu próprio sei se seria capaz de aqui voltar."
 
 
"Viajámos até aqui nos vagões selados; vimos partir em direcção ao nada as nossas mulheres e as nossas crianças; reduzidos a escravos, marchamos mil vezes para trás e para diante, numa fadiga muda, já apagados nas almas antes da morte anónima. Não temos regresso. Ninguém deve sair daqui, pois poderia levar para o mundo, juntamente com a marca gravada na carne, a terrível notícia do que, em Auschwitz, o homem teve coragem de fazer ao homem." - Primo Levi, judeu, italiano, químico, escritor e sobrevivente de Auschwitz, libertado em 1945, suicidou-se 42 anos depois em Turim, na Itália. 

Mil vezes passar o Inverno em Berlim

Filipe B., 22.01.22

Fotos recentes da minha rua

Fotos recentes da minha rua em Berlim

 

Pois é, nunca pensei dizer isto. Quando me mudei para a Alemanha, toda a gente me dizia "Ai... e o frio?".

Também eu temi, claro. Habituado que estava a um clima mediterrânico, assustou-me um pouco esta ideia de passar invernos com neve e gelo.

Mas hoje digo: mil vezes passar o Inverno em Berlim do que em Portugal.

É simples. 

Frio na rua, quente dentro de casa.

E, sim, é essa a única razão. Não tenho saudades nenhumas de ter de usar 3 camadas de roupa à hora do jantar lá na minha casinha portuguesa. Sim, sim, a gente tem lá uma lareira, pois temos. Mas e as outras divisões? O gelo siberiano que se sente no corredor, longe da lareira, a caminho do quarto... tremo só de lembrar.

E o amontoado de roupa de cama que usava só para não ter frio de noite? Até pesava nos ossos. 

É verdade que aqui temos a vantagem do aquecimento central, presente em todas as casas, mas não é só isso. É a construção, penso eu, e os especialistas dirão melhor. É a construção, e o isolamento, que mantêm o calor dentro dos edifícios. Em Portugal, a lareira aquece, mas assim que se apaga, o frio vem logo. 

Enquanto escrevo isto, por acaso, tenho aqui a janela da sala entreaberta (gosto de ar fresquinho de vez em quando), visto uma t-shirt e um casaco desportivo fininho e não tenho frio nenhum cá dentro. Note-se que ainda ontem tínhamos a rua coberta de neve... e as noites chegam aos graus negativos!

O bem-estar que este conforto dentro de casa nos dá, no Inverno rigoroso, não tem comparação.

É por isso que vou muito pouco a Portugal nesta altura do ano. Desabituei-me desse desconforto. Não é à toa que todos os estudos apontam o nosso cantinho lusitano como um dos países onde as pessoas passam mais frio dentro de casa nesta altura do ano, ora vejam aqui

Sendo assim, prefiro ir na Primavera, ou nos finais do Verão, quando as multidões já deixaram as praias em sossego. 

E já conto os dias para lá chegar.

Por agora cá fico no inesperado calor de Berlim. 

Pestanas longas

Filipe B., 19.01.22

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Durante muito tempo achava que eram visíveis demais.

Hoje amo as minhas pestanas longas e a inveja (saudável) que causam em quem muitas vezes tem que pagar para as ter assim.

Vamos celebrar o que gostamos mais em nós.

E se tivermos que mudar algo, que se mude.

Os corpos são nossos.

A liberdade também.