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O blog do Fi

um português em Berlim

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Um videojogo fez-me ir a um concerto: a violência

Filipe B., 12.02.22

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Acabo de comprar bilhetes para o concerto dos Low Roar em Berlim, banda que descobri graças ao videojogo Death Stranding. As músicas da banda foram escolhidas para este jogo pelo mestre e criador Hideo Kojima

Admito que desconhecia a banda até ter começado a jogá-lo há cerca de 3 semanas.

Feliz por ter conseguido esse dia de folga e por ter comprado o meu bilhete, venho às redes sociais para partilhar o alegre acontecimento e deparo-me com uma notícia (e revolta geral sobre a mesma) que está completamente do outro lado desta questão.

Escreveu alguém, um jornalista (suponho), que o rapaz detido pelo planeado ataque à Universidade de Lisboa era "viciado em videojogos". É dada essa informação como se fosse uma justificação. "Estão a ver? Ele era viciado em videojogos, por isso se tornou violento", parece o autor desse título querer dizer-nos.

Aliás, esse é um preconceito há anos repetido e repisado pelos média em geral.

Ora, estou eu com os bilhetes para um espectáculo musical na mão, contente por ter mais um acontecimento cultural nesta vida de recentes isolamentos e eventos cancelados, e nada disto me faz sentido. Onde está aqui a violência?

Mais vos digo. Poderia escrever uma lista extensa, mas fico-me pelos primeiros videojogos que me vieram à cabeça. 

"Hellblade: Senua's Sacrifice" fez-me ler mais sobre saúde mental e terapia (num momento em que eu próprio pensava regressar às sessões com a minha terapeuta). Este jogo foi desenvolvido em conjunto com uma equipa de psicólogos e psiquiatras que ajudaram na criação de uma abordagem à saúde mental o mais real possível, sem cair nos estigmas do costume.

"God of War" (2018) fez-me interessar mais pela cultura nórdica. Por causa deste jogo pus-me a ler mais livros sobre o tema. Foi por isso que comprei e li o livro "Mitologia Nórdica" do Neil Gaiman. Cultura gera cultura, ou não?

"Assassin's Creed II". Este então é uma autêntica lição de história sobre o renascimento italiano (ou Renascença) e a cidade de Florença como palco da arte e desenvolvimento desse período da história. Foi sobretudo graças a este jogo que quis visitar Firenze. E depois disso voltei lá umas 5 vezes. Também por causa deste jogo pus-me a ler "O Príncipe" do Maquiavel (pois este aparece como personagem no jogo).

Mas sim, os videojogos tornam-nos muito violentos. Sem dúvida nenhuma. 

Ou então são os jornalistas que escrevem estas peças sem qualquer reflexão ou peso na consciência que nos tornam assim um bocadinho violentos, nem que seja num descarregar mais agressivo no inocente teclado deste meu computador, coitado, que não tem culpa nenhuma da imbecilidade de certas pessoas. 

Ora, fiquem lá com uma bonita música dos Low Roar, a ver se nos acalma. 

Pôr-do-sol no Ribatejo

Filipe B., 06.02.22

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O P. hoje fez-me uma surpresa e foi imprimir esta foto que tirou quando estivemos em Portugal em Outubro.

Tão linda a nossa moita. E o pai e o Zé Manel lá em baixo a apanhar os restos da azeitona daquele dia. E depois o pôr-do-sol mais bonito do Ribatejo, com o Sol a esconder-se atrás da Serra d'Aire. 

Saudades. E não são poucas.

Mas vemo-nos em breve. Os voos para Março já estão marcados.

Até lá esta imagem, que vamos colocar bem visível na parede do quarto, vai lembrar-me todos os dias do sítio lindo de onde vim e aonde sempre regressarei.

Aos 36!

Filipe B., 01.02.22

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Aos 36!

Cheguei assim aos 36.

Este ano foi diferente. Foram 3 dias a celebrar a vida que tenho. Uma noite de sábado com os amigos pela minha Berlim encantada, um domingo de relax no spa/sauna e ontem um dia super tranquilo, tal como pedi.

Passei-o com o P., que me surpreendeu pela manhã com uns waffles de comer e chorar por mais (optei por não colocar a foto, porque não quero arruinar a vossa dieta hoje). E ainda tive a visita de outro amigo, que se juntou para jantar.

E os imensos telefonemas e mensagens lá foram encurtando a distância entre mim e aqueles que me querem bem. Recebi muito amor por estes dias.

E olhem, foi tudo muito simples, mas tão bom.

Uma coisa vos digo. Chego aos 36 com uma consciência e confiança em mim, no meu corpo e na minha mente que nunca pensei serem possíveis antes. É engraçado olhar para trás e ver aquele jovem nos 20 e tal, que era tão inseguro, achando que aquela era a idade das seguranças.

Ai, se eu pudesse voltar atrás e dizer-lhe "calma, calma, tens coisas tão boas à tua espera ó rapaz".

Olhem, sejam felizes, cuidem de vocês e é isso.

E obrigado a todos pelas vossas palavras e amor.