Óscares da Depressão: ranking dos filmes mais tristes
Filipe B., 23.02.17
Acontece que de todos os nomeados a Melhor Filme não houve um único que não me deixasse extremamente triste ou mesmo em lágrimas.
Sei que normalmente os filmes mais dramáticos dominam sempre as nomeações todos os anos... mas os desta edição exageram nos sentimentos. E vamos ter em conta que há vários géneros entre os nomeados, passando pelo sci-fi, western, biopic...
Para criar algo diferente, decidi fazer o TOP da Tristeza, mostrando quais foram os filmes que mais me tocaram entre todos os nomeados ao prémio principal desta cerimónia.
A ordem escolhida não reflecte em nada o grau de qualidade de cada um, pois o meu TOP de preferências será muito diferente (publico depois).
9 - Hidden Figures / Elementos Secretos
Este é de facto o menos triste na forma como se apresenta. Já o assunto que aborda, a segregação racial nos Estados Unidos, é bastante comovente e há uma cena em que a personagem de Taraji P. Henson explode e que deixa qualquer um numa mistura de tristeza e revolta.
8 - O herói de Hacksaw Ridge
As convicções do herói chegam a ter um peso tão forte, sustentado na perfeição pelo actor Andrew Garfield, que é impossível não nos sentirmos devastados nos momentos finais da batalha que encerra o filme. Mas não convém descrever muito essas cenas, para evitar spoilers.
7 - Arrival
Podia ser só mais um filme de ficção científica, mas Arrival começa logo de uma forma muito tocante e mais para o fim só intensifica aquele sentimento de desconforto quando é apresentada a grande revelação que transforma toda a nossa percepção sobre o que vimos. Arrepiante... e infinitamente triste, para dizer o mínimo.
6 - Hell or High Water / Custe o que custar
A história dos dois irmãos criminosos que lutam a todo o custo por uma vida melhor, recorrendo a esquemas moralmente inaceitáveis, transporta-nos exactamente para esse limbo em que não sabemos se os devemos acusar ou defender, em que damos por nós a torcer para que se safem... e no clímax do filme é difícil não nos deixarmos levar pela emoção que todas essas dúvidas nos provocam.
5 - Fences / Vedações
A história arranca de uma forma completamente banal, digamos, mas a partir da primeira hora começamos a perceber os reais contornos que marcam a vida infeliz deste núcleo familiar. Viola Davis muito ajuda depois a intensificar o sofrimento que a sua personagem carrega e, a partir do momento em que ela toma o controlo de todas as cenas, chegamos um arrastar de tristeza e mais tristeza.
4 - Moonlight
Este deixou-me emocionalmente destruído. Só me lembro de começar a ver os créditos finais e de não estar a conseguir lidar comigo próprio. Sendo um filme que aborda tão cruelmente o tema da homofobia já seria expectável que o grau de impacto fosse grande, mas é a maneira sublime de nos contar a vida do pequeno (e adulto) Little que vai fazer com que este guião fique para sempre marcado como um dos mais bem escritos e brilhantemente interpretados em todas as categorias do cinema.
3 - La La Land
Fui vê-lo duas vezes. E da segunda vez ainda chorei mais, principalmente na cena que esta imagem ilustra. La La Land é o filme dos sonhos que não se cumprem, dos amores que não podem sê-lo, e é de uma realidade brutal que só não toca quem não se predispôs a isso. Se o Moonlight me destruiu emocionalmente, este veio acabar de vez com toda a minha forma de sentir. Depois da cena final nem conseguia levantar-me para sair da sala de cinema...
2 - Lion
Soluços, lágrimas e mais soluços. Suspiros. Mais lágrimas. Foi assim praticamente do início ao fim. Lion é um filme extremamente poderoso, que vai crescendo de intensidade de cena para cena, que se revela como uma das histórias de vida mais inspiradoras a que podemos assistir. Mas para isso traz-nos muita tristeza e revolta à mistura. Junte-se a isso o peso do "baseado numa história verídica" e... é ver para crer!
1 - Manchester by the Sea / Manchester à beira-mar
Estou a pensar seriamente em processar os produtores deste. Fora de brincadeiras, penso que este é o filme mais triste que já vi em toda a minha vida. Explicá-lo é difícil para quem ainda não o viu e para evitar spoilers vou só dizer que o brilhantismo está todo na edição (que mostra pouco a pouco pedaços das cenas fulcrais), no papelão do Casey Affleck e na surpresa guardada no guião para nos justificar o porquê de toda a imensa (mas mesmo IMENSA) agonia, depressão e desolação do personagem principal. Quando finalmente nos é mostrada a razão... bem... eu não me aguentei! Tive que parar o filme para me recompor, sinceramente! E só agradeci por não ter ido ver isto ao cinema, pois não quero imaginar o que as pessoas pensariam de mim quando me ouvissem a sofrer por algo que é... fictício?!
Mas é assim, há malucos para tudo, não é? E ou eu estou demasiado sensível ou de facto estes Óscares combinaram tudo para nos atirar para uma espiral de comoção sem fim.